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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eclipse

All that you touch
All that you see
All that you taste
All you feel
All that you love
All that you hate
All you distrust
All you save.
All that you give
All that you deal
All that you buy,
Beg, borrow or steal.
All you create
All you destroy
All that you do
All that you say.
All that you eat
everyone you meet
All that you slight
Everyone you fight.
All that is now
All that is gone
All that's to come
And everything under the sun is in tune
But the sun is eclipsed by the moon.
"There is no dark side of the moon really.
Matter of fact it's all dark."

Eclipse - The Dark Side of the Moon - Pink Floyd

sábado, 6 de outubro de 2012

Condição Estelar




Invejo as estrelas,
Com seu brilho diamante
Será que sofrem?
Pra produzir beleza tão impactante...

Perdidas no céu
Com um luzir indiferente
O preço de seu glamour é a morte
Autoconsomem-se inteiramente.

Em sua morte fecunda
Um berçário está a preparar
Onde novos objetos surgirão
Pro universo embelezar

Já não sei se invejo as estrelas,
Em seu luminoso sofrer
Mas será que nessa vida
Haverá tanto brilho em morrer?



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Poesia à...

Quero escrever um poema
Não sei sobre o que escreverei
Posso celebrar a humanidade
Mas esta hoje em dia não anda merecendo

Talvez em honra as estrelas
Não, assunto muito debatido
Contemplação a natureza
Também não, já me bastam os de Reis e Caieiro
Metafísica?
Nem pensar, do nada já me basta o vácuo mental

Então poesias a quê?
A arte de poetar?
Seria um tanto repetitivo.
Poesias, poesias, poesias...
Funcione imaginação!
Ah, já sei!! Escreverei um poema à falta de inspiração.


(Dito e feito...
 Está pronto o poema
 Resta saber, a que?)




sábado, 18 de agosto de 2012

Quem sou eu?

 
Cristal Polícromo de Bismuto - Fonte: Wikipedia.
Certa vez, perguntaram-me:

-Quem é você?

Então, respondi:

-Muitos... - e acrescentei- ... De certo não sei quem sou, mas com certeza, sei que sou muitos, tal como um cristal, o ser humano tem muitas faces.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

O elo


O elo não é paralelo
É um ciclo indefinido
Indefinido e infinito
Não é feio, tampouco é belo
É precioso, mas
Não é de prata
Não é de ouro
É flexível sim,
Não, não é de mercúrio
Não é de cobre...
É forte
Ferro não é
Presente e denso
Mas também não é de estanho
E muito menos chumbo
O elo é uma amálgama
Talvez tenha tudo,
Talvez não seja de nada


Crepita , arde, aquece e flameja
É fogo também
Desliza, adapta, molha e reflete
Tem água no ser
Flutua, viaja, revela e liberta
O vento está aqui
Protege, firma, analisa e fortalece
É fortaleza de terra
É tão imaterial quanto o Akasha*
Transformador feito o alquimista
Majestoso feito o mago
Magistral como o bardo
Concentrado como o sacerdote
Consciente como o druida
Impetuoso como o imperador
Sábio assim como a sibila
Temido feito a bruxa
Cruel como a amazona
Poderoso como a rainha
Vivaz como a odalisca
Conciliador como a mãe

Belo? Besta?
Bela fera?
Besta bela?
Ou beleza besta?


Nada...
Qualquer coisa...
Tudo, nada...


Verbo, tempo e espaço
Natureza, máquina composta
Deus, Deusa
Polar, Magnético
Espiritual e herético
“Religare”
O elo é perdido
E quando o encontramos
Encontramos algo
E esse algo é...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Liberdade



Há um exótico cheiro de loucura no ar. O sangue se encontra espalhado por toda parte, até que enfim as paredes velhas foram pintadas. O piso molhado há muito sem lavar, cheira à ferrugem. Encostado na parede está o cárcere e de seus pulsos vertem pequenos rios. A faca foi carinhosamente depositada no chão. A vida se esvai como um gotejar lento. A dor final é quase etérea. E é também a única coisa que realmente o fez se sentir vivo.
Enfim alguma esperança, ainda que tardia.Se soubesse que seria assim, teria feito antes, muito antes. Pouco a pouco a iluminação vai sumindo, devagar a visão se escurece. A sinfonia cardíaca diminui seu compasso. O pulmão ainda se enche de por mais uma vez.Seu sangue corre sem pressa rumo ao chão.
Delírio... o doce delírio do além. Então sua boca se abre, e por seus lábios ressecados saem seu último sopro. O corpo está vazio. O espírito foi embora, e sem clamor.
Mais um homem no esquecimento, porém mais uma alma livre.