Escrever sem ter que escrever. Apenas por escrever. Talvez
numa forma de se deixar se mediano, medíocre. Apenas pra se permitir errar, e
assim possivelmente, melhorar.
Escrever apenas pra exercitar. Trabalhar as palavras mesmo
sem imaginação. Pra tentar ser criativo mesmo dentro desse paradoxo. Escrever
qualquer coisa, e tentar dar algum segmento. Tirar a primeira frase do nada, e
seguir escrevendo de forma que seja tudo coeso e coerente. Pode fazer isso, ou
simplesmente ignorar tudo e não dar sentido a nada, afinal não precisa.
Continuar escrevendo só pra manter o texto vivo e
comunicando com o leitor, escrever porque uma folha branca por mais bela que
seja, fica ainda mais bonita com uma boa história pra contar. Não precisa ser
feliz, nem triste. Nem bonita, só precisa deixar sua pequena marca, ou não
marcar, afinal nem tudo é pra ser marcante. Muito é pra ser apenas trivial. Mas
não menos importante. Escrever porque sim. Escrever, por que não?
Escrever porque sem a escrita o escritor morre de fome, a
língua morre pelo desuso e a imaginação morre atrofiada. Tantos motivos pra escrever e
talvez nenhuma motivação. Tantos temas a serem explorados e mesmo assim brincar
com o nada parece convidativo. É como fazer uma operação matemática errada pelo
simples fato de ver o absurdo acontecer. Ou de ver algo acontecer. Escrever até
cansar-se e perceber que a escrita não vai bem, nem medíocre, nem mediana, nem
ruim, nem nada. Porque na verdade você não escreveu nada.
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